quinta-feira, 18 de junho de 2009

ESTOU ANSIOSO: DIÁLOGO ENTRE UM PACIENTE E O SEU PSICOTERAPEUTA

Paciente: Hoje de manhã comecei a ficar ansioso!

Psicólogo: Como assim, você começou a ficar ansioso?

Paciente: O meu problema é o futuro! Fico pensando demais no amanhã!

Psicólogo: Conta-me quais preocupações você tem em relação ao futuro.

Paciente: Preocupo-me com tudo!

Psicólogo: Entendo. Tente colocar em uma única frase a sua preocupação em relação ao futuro.

Paciente: Tudo bem, vou tentar. O questionamento que me vem com maior freqüência é: “estarei vivo em 2015”?

Psicólogo: O que o leva a pensar que daqui a seis anos você não estará vivo?

Paciente: A carga genética!

Psicólogo: Como assim a carga genética?

Paciente: Minha mãe morreu repentinamente aos cinqüenta e poucos anos.

Psicólogo: A carga genética realmente é importante para que as pessoas fiquem alertas e façam prevenção, diante das possibilidades de desencadeamento genético de doenças. Mas não a tome como algo inevitável. Seu estilo de vida (alimentação, exercícios físicos) conta em muito para o desenvolvimento ou não de doenças predispostas.

Paciente: É um pensamento muito forte. Ele penetra minha mente sem autorização. Chego até a contemplar as cenas do meu velório. É muito desagradável. Só de pensar já estou me sentindo mal.

Psicólogo: O que você está sentindo?

Paciente: Medo de morrer! Meus batimentos cardíaco estão acelerados, minhas mãos estão suadas, tenho uma sensação de sufocamento, sinto falta de ar e dor no peito. É horrível! Acho que estou enlouquecendo. É muito ruim!

Psicólogo: Calma, calma e calma! Sente-se confortavelmente! Imagine que você está em lugar muito agradável. Pode ser uma praia, um sítio, um campo, onde você quiser. É apenas uma imaginação. Imagine que nesse lugar tudo está tranquilo! É um lugar agradável, que você gosta de estar. Você caminha, observa a natureza ao redor, sente o vento acariciando a pele do seu rosto. É um lugar muito agradável. Tudo está tranquilo! Você sente que os batimentos cardíaco estão normais. Você está seguro de que nada de mal vai lhe acontecer nesse momento. Você inspira profundamente pelas narinas e vai soltando lentamente o ar pela boca. Faz uma vez, outra vez e mais uma. Faça de conta que você é um balão (bexiga) de festa, com o qual uma criança brinca. Ela o enche bastante e, depois estica a boca do balão para ir lentamente soltando o ar, fazendo um ruído característico de bexiga que está sendo esvaziada. Faça novamente isso! Repita mais uma vez. Sei que você está bem! Relaxe! Descanse alguns minutos, pois o seu tempo acabou!

Até semana que vem!
Paulo Pinto Alexandre, psicólogo clínico. crp 06/44437-8
P.S. Este diálogo é fictício.

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