quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FINAL DE ANO

Pessoas queridas, chegamos a mais um final de ano, ocasião em que paramos para balanço e avaliações de acontecimentos em nossas vidas.

Posso dizer com empolgação que a boa surpresa foi poder contar com você. Que este Natal seja para você de felicidade e que consiga tudo o que vem sonhando.

Desejo uma noite de natal de paz, repleta de boas notícias e de acontecimentos que marquem seu coração.
São os meus sinceros votos.

É isso!
Paulo Alexandre

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

UMA REVELAÇÃO: A FRASE DO FRACASSO DO SENHOR “Y”

Pessoas, não quero estragar o final do ano de ninguém e, muito menos gorar os novos planos para 2010. Também, não quero ser portador de uma culpa injustificada. Eu sei que não deveria revelar a frase do fracasso do senhor “y”, mas faço por pressão da opinião pública. Diante das solicitações da frase destruidora de carreiras, vou revelá-la. O que peço encarecidamente é que não me responsabilizem pelos acontecimentos decorrentes de palavra tão devastadora de relacionamentos, saúde, carreira, sonhos e planos. Solicito ainda que não levem essa frase na carteira e nem a decorem, pois palavra falada se esvai no espaço indo para algum lugar reservado para elas. Entretanto, palavra escrita fica na vida privada e pública. Escrito pode ser consultado, analisado e interpretado. Palavra falada precisa de testemunhas, palavra escrita é testemunho. Se você não quer correr um risco maior pare já esta leitura. Não me venha com o papo de que viver é risco. Sei que quem avisa amigo é. Já pensou se após a leitura de maldita frase e seus acontecimentos decorrentes você necessite de recordações do tempo de vida que era criança. Sabe aqueles momentos de máxima felicidade ocorrido num dia específico de sua infância? Sabe aquele dia que seu pai ou mãe fez algo que causou-lhe muita alegria? Sabe aquele dia especial em que você se divertiu muito? Então, receio que você tenha de recorrer a eles para poder sobreviver aos dias de horror do presente. Dias que poderiam ser evitados. Mas foram eliciados por curiosidade de conhecer uma frase destruidora. Bem, à queima roupa vou dize-la. Está pronto? Então, lá vai: “Eu NÃO POSSO lidar com pessoas que NUNCA estão de bem com a vida.”. Não me peça para repiti-la e nem para analisá-la. Por favor não me escreva pedindo a analise dela. Isso já é demais. Não quero ser como os norte-americanos: influenciados pela opinião pública. Assim, poupem-me. Ah! Não quero saber dos fracassos. Mas se alguém tiver uma frase de sucesso conte-me.
É isso!
Paulo Alexandre

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O FRACASSO DO SENHOR Y.

Descobri a razão do fracasso do senhor “y”. Ele fala, pelo menos, três vezes ao dia uma frase, que produz fracasso. Não queira saber qual é a frase. Eu sei qual é, mas não me atrevo a pronunciá-la. Vou lhe pedir que não seja curioso e nem insista comigo para que eu conte qual é a frase. A curiosidade, neste caso, é prejudicial a auto-realização. Eu não quero o seu mal. Nem quero imaginar você sendo um derrotado por causa de uma frase. Eu, repito, não quero algo assim para você. Sou do bem. Não vejo você verbalizando tal desgraça. Mais uma vez lhe peço que não insista comigo. Eu não sou língua solta. Sou persistente, mas gosto de fazer revelações. E, confesso, seria uma revelação e tanto, mas devastadora para os céticos que a repetiriam exaustivamente como forma de desafio à crendice ou como mexerico. Não insista comigo. Apenas peço que não insista. Quantas vezes forem necessárias, pedirei que não solicite tal revelação. Não adianta eu minimizar. Você corre risco somente de ouvi-la. Eu não seria irresponsável de publicá-la, pois seria a desgraça de muitos sonhadores. Planos, sonhos, carreiras, estratégias de negociações nacional e internacional seriam frustradas pelo power de uma frase. Somente revelarei aos que me escreverem solicitando-a, pois assim, não terão que reclamar e nem a quem acusar. Quer saber qual é a frase do fracasso do senhor “y”? Quer saber mesmo? Escreva-me! Se não tem certeza não me peça, pois é melhor. Você faz muito bem em ter medo. O medo protege. Para que arriscar numa frase tão impactante para a destruição de carreiras e sonhos.
É isso!
Paulo Alexandre

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Clube do Bolinha

Assita ao programa da Redetvmais em que eu e outros dois convidados falamos sobre o clube do bolinha.
www.redetvmais.com.br/showmais/index.asp?dia=4&mes=11&ano=2009

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

É SÉRIO

Quero lhe falar uma coisa muito séria.

O desejo que se alimenta no coração pode ser bom e, mesmo que, as estratégias de conquista dele sejam as melhores ainda assim, os resultados podem não ser imediatos.

As coisas não acontecem da noite para o dia.

Mas é necessário dar o primeiro passo, ainda que seja bem pequeno. Pois, as cachoeiras majestosas se formam de pequenas nascentes, bem como os milênios se sucedem segundo a segundo. O autor de um best seller sabe que seu livro foi escrito letra por letra, foi uma longa caminhada feita passo a passo, dia a dia e pouco a pouco. Entretanto o importante é começar e persistir.

Assim, não perca a oportunidade.
É isso!
Paulo Alexandre

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Bibliografia: RANGEL, Alexandre. O que podemos aprender com os gansos. São Paulo: Editora Original, 5a ed., 20003.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O MOMENTO CERTO

Num mosteiro havia um monge que sempre estava sorridente e se sentava próximo a um altar. Um dia um homem entrou no mosteiro e depois de observar o monge perguntou-lhe:

- Por que o senhor está sorrindo?
- Por que entendo o significado das bananas – disse o monge abrindo a bolsa que carregava e tirando de lá uma banana muito madura (passada/quase podre). – Esta é a vida que passou e que não foi aproveitada no momento certo, e agora é tarde demais. Em seguida, tirou da bolsa uma banana ainda verde. Mostrou ao homem e tornou a guardá-la. – Essa é a vida que ainda não aconteceu, é preciso esperar o momento certo – disse o monge. Por fim, tirou da bolsa uma banana madura, descascou-a e a dividiu com o homem, dizendo: - Este é o momento presente. Saiba vivê-lo sem medo.
É preciso estar atento para saber o momento ideal de aproveitamento de oportunidades e de introdução de mudanças diante das perspectivas de mercado e de crescimento. Alguns se precipitam e outros agem tarde demais.
É isso!
Paulo Alexandre

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Inspirado em: RANGEL, Alexandre. O que podemos aprender com os gansos. São Paulo: Editora Original, 5a ed., 20003.



quarta-feira, 18 de novembro de 2009

TÉCNICAS AVANÇADAS DE NEGOCIAÇÃO

Sexta-feira dia 13/11/09 foi aquele dia. Inscrito no curso de técnicas avançadas de negociação na Fundação Instituto de Administração/FIA, desloquei-me de Santo André a Pinheiros, Capital. Como precisava estar na Rua Navarro de Andrade às 9h00 optei por transporte público. Peguei o trem na estação de Santo André em direção ao Brás as 7h30. Estava preocupado em vivenciar o "sardinha em lata"; mas não foi tão ruim, apesar da lotação. Cheguei ao Brás. Só de lembrar me dá sudorese nas mãos. Caminhei em direção ao metrô. Meu destino era a Barra Funda, donde tomaria um ônibus até a FIA. Próximo à plataforma de embarque uma fila, entrei nela como bom brasileiro. Chegou o primeiro trem/metrô lotado; mas parou, abriu a porta e as pessoas de fora começaram a empurrar as que estavam à porta do vagão lotado até que alguns coubessem no vagão. Horrorizado fiquei do lado de fora. Veio outro trem/metrô se repetiu a cena. Fiquei, novamente, na plataforma. Estava duplamente horrorizado. De um lado, pela lotação e, de outro, pelo povo que se submete a uma situação tão desumana. Veio outro trem/metrô. Percebi que eu precisava ir. Uma pessoa entrou, empurrou, arrumou vagas e eu, não perdi tempo, entrei. As portas se fecharam. O horror triplo tomou conta de mim. Os movimentos do trem/metrô faziam as pessoas irem para lá e para cá, num dado momento eu e outros estávamos servindo de ancoragem para os demais. Por causa disto, no dia seguinte senti dores pelo corpo. Mas, graças a Deus na Estação Sé o metrô ficou vazio. No horror de uma reflexão solidária por um povo que sofre, lembrei-me das palavras do apóstolo da fé: "Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro" [Romanos 8.36]. Senti-me como ovelha num vagão sendo levada para o matadouro. Fiquei imaginando o tamanho da tragédia se ocorrer um acidente num desses horários de pico. Bem, eu cheguei a Barra Funda e continue na minha trajetória até Pinheiros. A viagem de ônibus foi mais tranqüila, até porque depois daquele horror no metrô nada poderia ser pior. Cheguei pontualmente às 9h no curso. Saí de lá às 18h11. E enfrentei tudo de novo. Cheguei em casa 21h. Quanto tempo se desperdiça em transporte público. E, não dá nem para aproveitar o tempo, pois em horário de pico não dá nem para segurar, imagine ler. Na volta encontrei pessoas solidárias. Duas se prontificaram em carregar minha pequena pasta. Eu aceitei.
É isso!
Paulo Alexandre

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

NOVELAS DA GLOBO E AUMENTO DOS DIVÓRCIOS

Recebi um e-mail do Rubem Amorese chamando me a atenção para um importante estudo de janeiro deste ano. Não perdi tempo acessei a página dele (http://www.amorese.com.br/OBRAS/PUBLICADOS/Publicados106.html). Li que o divórcio cresceu em nosso país sob a influência de novelas. Uma pesquisa (http://idbdocs.iadb.org/wsdocs/getdocument.aspx?docnum=1856109) revela a correlação significante entre as novelas da globo e o aumento dos divórcios.

Se você compreende bem o inglês acesse o endereço da pesquisa. Caso contrário, acesse o site do amorese. Se eu fosse você leria os dois.

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http://www.amorese.com.br/OBRAS/PUBLICADOS/Publicados106.html

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Um Problema

Um problema
torna-se grande,
quando se lhe dá atenção,
torna-se pesado,
quando o avaliamos,
torna-se enorme,
quando nele giramos em
pensamento,
torna-se incomensurável,
quando o levamos muito a sério.

Um problema
torna-se pequeno,
quando o ridicularizamos,
torna-se leve,
quando o menosprezamos,
torna-se diminuto,
quando o ignoramos conscientemente
e desaparece,
quando o aceitamos.


Elisabeth Lukas e Michael M. Eberle. Tudo tem seu sentido. Editoras: Vozes e Sinodal, 1993.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CONTO DA MORTE

“Estava um persa rico e poderoso passeando certa vez pelo parque de sua casa em companhia de seu criado. Este se põe a lamentar que acabou de ver a morte ameaçando leva-lo. O criado implora a seu amo que lhe dê o cavalo mais rápido para se pôr imediatamente a caminho e fugir rumo a Teerã, onde ele queria chegar naquela mesma noite. O amo lhe dá o cavalo, e o criado parte a galope. Caminhando de volta para casa, o próprio amo se depara com a morte e passa a interroga-la: ‘Por que assustaste meu criado desta forma, por que o ameaçaste?’ Responde-lhe a morte: ‘Ora, não o ameacei! Nem quis assusta-lo. Apenas me admirei, surpresa com o fato de vê-lo aqui, pois devo encontra-lo em Teerã ainda hoje à noite!”

Viktor E. Frankl, 1991:58,59.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Profecias Feitas



“Existem profecias que se cumprem - não por terem sido certas, mas por haverem sido feitas, por mais curioso que isto seja.”

Elisabeth Lukas, Prevenção psicológica. Editoras: Sinodal e Vozes, 1992.
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A imagem foi captada na net.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

ATITUDE E DEPRESSÃO



“Sofro tanto com minhas depressões, mas não me deixo vencer por elas!” - diz um paciente.


Ao passo que outro diz: “Sofro tanto com minhas depressões que prefiro até morrer!”

Ambos têm depressão. A diferença está na atitude diante da doença. O primeiro paciente a enfrenta e o segundo contempla a morte como saída.

É isso!
Paulo Alexandre

Inspirado em Elisabeth Lukas, Prevenção psicológica. Editoras: Sinodal e Vozes, 1992.

Imagem  [http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/images/1138_nuvem/4122954_nuvemgato.jpg&imgrefurl=http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1138_nuvem/page6.shtml&usg=__urkrbt-meR6JMd4eA80-SgE9e50=&h=300&w=300&sz=14&hl=pt-BR&start=5&tbnid=kEw_rqTuOSczKM:&tbnh=116&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3Dnuvens%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR]

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

OUTUBRO DUAS DATAS IMPORTANTES

Quero ressaltar duas datas, antes que termine o mês de outubro. É um mês especial por pelo menos dois motivos: a comemoração do dia das crianças (12/10) e a comemoração da Reforma (31/10). Duas datas, dois acontecimentos bombásticos.

A Reforma impôs a insegurança do livre exame das Escrituras Sagradas contestando o poder de um magistério autoritário de determinar o certo e o errado. Sendo assim, toda pessoa tem o direito e a liberdade de escolha em ler as Escrituras e se pronunciar sobre o assunto, o que implicará numa multiplicidade de interpretações. Por causa da Reforma jamais nos esqueceremos de nomes como o de Martinho Lutero e suas 95 teses; João Calvino o francês que, neste ano completa 500 anos, governou Genebra e refletiu as Escrituras letra por letra, além de escritos como as Institutas.

O dia das crianças é especial, coroado com um feriado. Não pense que estou tentando me enganar. Sei a razão do feriado. Mas não aceito que um país laico tenha feriados de cunhos religiosos. É contraditório. Sei que é apenas mais uma das contradições deste país de uma beleza iniqualável. Controvérsias a parte, quero dar uma salva de palmas para os pais que:
- Conversam com os seus filhos frequentemente;
- Abraçam todos os dias as suas crianças;
- Elogiam o que elas fazem de bom;
- Explicam o que está errado, quando precisa;
- Orientam com muita paciência e repetidamente;
- Ouvem com atenção as novidades que elas trazem da escola.

Pais, continuem a realizar reformas todo dia na vida de vocês. Não se acostumem com o jeito improdutivo da maioria, façam sempre diferente e para o bem estar de todos.

De acordo com a pediatra Biscegli (2008), no Brasil anualmente 55,6 milhões de crianças com menos de 14 anos de idade sofrem alguma forma de violência. Assim:
18.000 crianças são agredidas por dia;
750 crianças são agredidas por hora;
12 crianças são agredidas por minuto.

É necessário mudança.

É isso!
Paulo Alexandre
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P.S. O tema da infância é bombástico no meu entendimento por três razões: a polêmica causada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a dificuldade da construção da história da infância e a polêmica que a forma de educá-la trás.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DUAS QUESTÕES CRISTÃS

Fundamentalmente para que presta a vida humana?


De acordo com a súmula teológica elaborada por 126 teólogos em Londres entre 1643-1648, o fim principal da vida humana é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

O reformador João Calvino (que completa 500 anos em 2009) em 1536-1537 escreveu que na pessoa reside um certo sentido religioso, o que revela que elas foram criadas para o conhecimento da majestade do criador. Para ele, cabe às pessoas honrar a Deus com todo temor, amor e reverência. A principal ocupação humana é a busca de Deus desejando-O com todo o afeto e encontro do único repouso só nEle.

Como as pessoas descobrem o que Deus espera delas?
 
De acordo com a súmula teológica já citada, Deus deixou uma bibliografia, que deve ser consultada, para se conhecer o modo que deve ser usado para que as pessoas desfrutem de um relacionamento com o sentido dado: glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Os teólogos do passado ressaltam que a leitura da bibliografia, isto é, as sessenta e seis cartas que compõe a Bíblia é importante, pois o conhecimento do verdadeiro Deus, de Deus mesmo, é revelado. Ele se manifesta e se dá a conhecer. Evitando-se uma adoração de sonhos e imaginações do coração.
 
É isso!
Paulo Alexandre

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

FAMÍLIA UMA GOSTOSURA










Pessoas,


Vocês sabem que este lugar é de celebração de conquistas.


Quero compartilhar com vocês a alegria do nascimento do meu novo livro “Família uma gostosura”. Fruto do trabalho de três mackenzistas.

A revisão carinhosa e competente foi feita pela Silvana P. Brito, mestre em letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e as ilustrações foram feitas pelo Paulo Filho, desenhista industrial formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e, eu, mestre em distúrbios do desenvolvimento pelo Mackenzie escrevi a história.

Trata da história de uma família de sabiás que enfrenta o estresse do cotidiano; ela descompensa-se temporariamente diante de um estímulo aversivo, mas, ao enfrentá-lo, em busca de soluções, recompõe-se rapidamente, alcançando uma adaptação positiva. A intenção no texto, ainda que velada, é ressaltar a importância do conceito de resiliência (capacidade de recuperação diante da adversidade) na família para um processo de crescimento e fortalecimento das relações interpessoais, no enfrentamento dos fatores de risco ou de situações de acentuado desconforto.

São vinte e sete páginas, no formato 20x20 cm, capa colorida em papel couche, miolo em papel gramatura 120, impressão ilustrada em preto e branco.

É um livro pequeno no seu tamanho, mas grande no seu propósito: oferecer aos pais e aos filhos mais uma possibilidade de interação através da literatura.

Quem quiser adquirir um exemplar é só enviar-me um e-mail com nome e endereço de entrega. O valor do livro é R$ 10,00. Nos casos de postagem por correio será acrescentado R$ 1,00 de despesa postal.

palexpp@gmail.com

É isso!
Paulo Alexandre

domingo, 18 de outubro de 2009

QUAL O SEU DESCONFORTO?

Senti um desconforto moderado na leitura de alguns textos de Elisabeth Lukas. Fiquei curioso para saber qual seria o desconforto dos outros, particularmente dos outros que visitam o meu blog. Peço a gentileza de ler o texto abaixo e dar sua opinião sobre o seu desconforto numa escala de: nenhum, leve, moderado, grande, excessivo.

"O casamento é dado ao casal como uma tarefa, assim como aos pais a paternidade, - ele não é simplesmente uma realidade que possamos considerar boa ou ruim, mas antes uma tarefa com que nos confrontamos."

Comente. Fale do seu desconforto.
É isso!
Paulo Alexandre

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

VOCÊ PODE SER UM CATALISADOR DE MUDANÇA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Estou contente por você estar visitando meu blog. Espero você para novas visitas.

Dito isto, comecemos por definir catalisador. De acordo com o dicionário Michaelis catalisador é uma substância química que provoca a catálise, isto é, pode acelerar ou retardar a velocidade de uma reação. Entretanto, catálise pode ser ainda ação ou reação entre duas ou mais pessoas. Deste modo, as pessoas podem ajudar na aceleração ou retardo da velocidade de mudança.

Mark Dever em seu curso “Spiritual Disciplines” afirma que, com base em Provérbios 27.17, uma pessoa pode afiar a outra, como o ferro afia o ferro. Diz ele, acertadamente, que nos relacionamentos íntimos, somos capazes de enxergar pontos fortes dos outros e pontos fracos. Mas, escolhemos estimular um ou outro.

A partir deste olhar, o cônjuge, os filhos, os parentes, os amigos seriam catalisadores de mudança. Tanto podem aumentar, quanto retardar a velocidade da mudança.

Isto nos revela o quanto a família é importante, para nos fazer crescer no que devemos crescer e nos fazer regredir no que devemos regredir. A família deve incentivar o aumento do bem e retardar a propagação do mal.

Viver no espaço comum da família (uma instituição democrática, de diversidade em faixa etária, cultural, financeira) é um grande desafio, que exige perseverança para que o ouro da bondade, da alegria, da fidelidade, da mansidão, do domínio próprio, do amor seja encontrado nas profundas escavações do relacionamento familiar e não na sua superfície.

Seja na sua casa, alguém que acelere a velocidade das boas mudanças. Treine, trabalhe arduamente para catalisar as boas mudanças nas pessoas ao seu redor. Você sabe que, no exercício físico, seu músculo sente quando você levanta um determinado peso. Mas depois ele vai se acostumando ao estresse que lhe é imposto e o movimento fica cada vez mais fácil será capaz de levantar mais peso. Da mesma forma, construa a catálise (aumento de velocidade) dos bons comportamentos.
É isso!
Paulo Alexandre
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http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=catalisador, acessado em out/2009.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

AJUDAR A TODOS E TUDO-QUERER-CONSERTAR

Serei curto e grosso. Quero apresentar duas situações vividas pelas pessoas.

A primeira: a das pessoas que ajudam os outros.

Quem ajuda o outro em suas necessidades pode faze-lo por motivações diversas. Não sou adepto da teoria que pressupõe que toda ajuda objetiva a própria satisfação. Reconheço que nem toda ajuda aos outros provêm de motivações altruístas. Darei dois exemplos de pessoas que com seus atos de bondade procuram, em última instância, a própria satisfação.

De um lado, existe a pessoa que tem necessidade de reconhecimento exagerado, que nutre um sentimento de inferioridade, que está sempre em busca de elogio e gratidão através dos seus serviços prestados.

De outro lado, há a pessoa que se utiliza de pequenos favores para o domínio e a manipulação do outro.

Entretanto, existem pessoas que estão prontas para toda boa obra. Elas cuidam com toda a amabilidade de seus amigos, parentes, dos que sofrem, do doente e do idoso. Elas não se cansam de fazer o bem. O bom samaritano mencionado pelo dr. Lucas em seu Evangelho é um bom exemplo desse tipo de pessoa, bem como a amabilidade do apóstolo Paulo na epístola de Filomen.

A Segunda: a das pessoas que querem consertar tudo.

Quem tudo quer consertar corre um grande risco. O risco do esgotamento, conhecido como burnout (exaustão e vazio). Este é o estresse que atinge pessoas que cuidam de pessoas: médico, assistente social, psicólogo, pastores, pedagogos. Elas se dedicam a tantos e num dado momento, sentem-se desamparadas e perguntam-se: “Quem vai cuidar de mim?”

Aí vem uma derrocada psico-física.

Entretanto, há saída. E ela está no princípio da independência em relação ao êxito.

O que interessa a essas profissões é o ser humano e não o êxito sobre uma determinada situação. Quem lida com pessoa não deve adotar a lógica mecanicista de fazer funcionar. Não lidamos com máquinas. Estas, recebem o conserto e voltam a funcionar e seu êxito depende do mecânico. Quem lida com ser humano deve fazer a sua parte do processo responsavelmente, mas a mudança ou a construção (o funcionamento) é decisão do outro e não do profissional que dele cuida.

Então, os profissionais não têm o dever de se considerarem fracassados no caso de não funcionamento do outro. A expectativa do profissional está no que ele pode contribuir e não no resultado, pois este não depende somente de seus esforços.

Assim, não é inútil orientar, educar, dar conselhos; mesmo que não dêem resultados esperados. Contudo, no futuro poderá servir para provocar alguma mudança.

É isso!
Paulo Alexandre.
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Fonte de inspiração: Elisabeth Lukas. Prevenção psicológica. Editoras: Vozes e Sinodal. Petrópolis e São Leopoldo, 1992.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MAIS PALHAÇOS COM SUAS PALHAÇADAS

Rir do que é trágico é um pressuposto logoteórico. Viktor E. Frankl criador da logoteoria viveu no campo de concentração, onde colocou à prova sua filosofia de dias felizes: a logoterapia.

Quer rir do trágico? Então lá vai: “só uso linhas azuis em minhas palestras, pois linha vermelha é risco”. Entendeu? Gostou! É trágico e dúbio! É humor!

O humor cria distância e permite que nos coloquemos acima da situação, é arma para nossa autopreservação.

Agora, não posso mandar alguém rir. Para uma pessoa rir preciso contar uma piada. Assim, a ordem para sorrir usada em muitos lugares, porque se está filmando, é um grande equívoco, de acordo com a escola da fenomenologia.

A coerência desses estabelecimentos comerciais ou de serviços seria resgatada se eles colocassem palhaços de plantão. Ao entrar o cliente o palhaço faria uma palhaçada, o cliente riria e a filmagem seria feita.

Teríamos assim uma grande revolução. O mercado acolheria um número maior de palhaços, o número de circo escola cresceria e o público estaria rindo mais. Por conta disso, poderia até ocorrer uma queda do gasto com saúde.

O movimento pela palhaçada seria tão expressivo, que os municípios contratariam palhaços para atuarem no horário de pico (rush). Nos semáforos estariam estrategicamente posicionados os palhaços. Não para vender algo, nem para multar, mas para fazer alguém rir. Alegrar o coração, relaxar a musculatura facial, proporcionar bem estar ao próximo. Seria o fim do xingamento, do dedo em riste na cara do outro, do dedo que manda para um lugar que todos sabem, mas que é indecente mencionar.

Com o tempo poderia exceder esses horários e lugares. Então, o povo teria gratuitamente, nas ruas, nas praças: circo. Haveria pesquisa para saber o que faz a pessoa rir. Descoberta que incrementaria ainda mais a arte da palhaçada. Pais desempregados poderiam virar palhaços e dignamente sustentar sua família com arte. Seriam literalmente: paiaços.

Não levaria muito e teríamos universidades da palhaçada, congresso de palhaços, conferências, especializações, dissertações, doutorados e pós doutorado.

Enfim, encontrariamos a felicidade como efeito colateral das palhaçadas dos palhaços.

É isso.
Paulo Alexandre

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O HOMEM E A MULHER ESTAVAM NUS

Quando dou palestra para casais menciono o texto bíblico acima (*). Revela a transparência, o diálogo, tão importante para a construção da harmonia conjugal.

As pessoas são dotadas da capacidade de comunicação verbal e não verbal. Elas podem falar ou ficar em silêncio, mas sempre estão se comunicando. É impossível a não comunicação.

Casais que querem lidar bem com os conflitos da relação a dois precisam de muita conversa. Mas, não é conversa fiada. É conversa que, pode até ser jogada fora, revelará os anseios do coração. Com delicadeza se pode falar ao outro o que não agrada tanto na relação conjugal. Sei que os homens não gostam muito desse papo. Entretanto, eles estão mudando. Dizem que os homens são ostras e as mulheres pé-de-cabra. Contudo, sei das exceções a essa regra. O importante é que ambos dialoguem com respeito.

Diálogo se aprende. O primeiro passo é a escuta. Quem sabe ouvir, seleciona, tenta compreender o ponto de vista do outro, dá feedback. São Tiago, o irmão de Jesus, diz que ouvir é melhor do falar. Ouça o outro tão perto de você. Ouça com o coração.

Fiz tudo isso, para apresentar a vocês algumas dicas para casais que em 1998 ou 1999 elaborei e alguém muito especial, fez os cartões. Veja como ficou.


É isso!
Paulo Alexandre
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(*) Gênesis 2.25

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

CUIDADOS PARA QUEM CUIDA DOS OUTROS


Se antes o número de idosos entre a população era pequeno, hoje a realidade é outra. Tornou-se uma experiência palpável de milhões de pessoas viver 60, 70, 80 anos de idade. É um fenômeno universal decorrente de alguns fatores: diminuição da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias (saneamento básico, educação, moradia, trabalho), desenvolvimento de tecnologias (vacinas, antibióticos, medicações), diminuição da fecundidade.

De acordo com a Organização das Nações Unidas idoso para os países desenvolvidos é a pessoa de 65 anos ou acima dessa idade. Já nos países em desenvolvimento a faixa etária de corte é a de 60 anos.

Se há o aumento da população idosa, há também o aumento de idosos cada vez mais idosos e, há ainda, um novo quadro devido às doenças crônicas degenerativas, tornando o idoso dependente de uma ou mais pessoas para o seu cuidado.

É curioso notar que entre essa população há o fenômeno da feminilização da população idosa, pois as mulheres vivem sete anos a mais que os homens. Estima-se que 40% dos idosos com 65 anos de idade precisam de algum tipo de auxílio para a realização de tarefas como compras, cuidado das finanças, preparação de refeições, higiene da casa.

Se há idosos cada vez mais idosos, há também os cuidadores. Estes, podem ser profissionais da área da saúde, para quem pode suportar o ônus financeiro; caso contrário, a família se organiza para providenciar o cuidado. Na grande maioria dos casos a tarefa de cuidar do idoso na família é de atribuição feminina. Quem cuida arca também com o ônus do estresse, pois cuidar significa vivenciar uma diversidade de sentimentos: amor, retribuição, gratidão, reconhecimento familiar. Mas, também aparece o medo de incapacidade, impotência; além das mudanças na vida das pessoas provocadas pela tarefa de cuidar: não se pode passear, isolamento social, poucas visitas.

Cuidar é preocupar-se, levar ao médico, auxiliar nas atividades da vida diária (vestir-se, banhar, alimentar), oferecer atenção, carinho, amor, oração.

Entretanto, quem cuida do cuidador? Quais são os seus direitos? Pode ele cuidar-se? Pode receber ajuda e participação de outros familiares? Pode ficar triste, aborrecido? Pode abandonar os sentimentos de culpa impostos pelos outros familiares? Pode orgulhar-se do que faz?

É isso!
Paulo Alexandre
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Fonte de inspiração: Dissertação de mestrado de Carla Vilma Jandrey, “O cuidador familiar de pessoa idosa : o desafio de cuidar de quem cuida; orientador Rodolfo Gaede Neto. – São Leopoldo : EST/PPG, 2009. 116 f. http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/processaPesquisa.php?listaDetalhes%5B%5D=143&. Acessado em set/2009.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

NÃO É PROVOCAÇÃO!

Thiago Escudeiro enviou-me um e-mail indicando matéria que saiu na Folha de S. Paulo com o título: Surras diminuem o Q.I. de crianças. No estudo Straus, sociólogo da Universidade de New Hampshire, especialista na questão da violência contra a criança afirma que pediatras e psicólogos precisam dizer aos pais para que não batam, sob qualquer circunstância. É interessante também na matéria que a tecnologia tem sido importante aliado para o combate da violência doméstica contra a criança. Leia no artigo a respeito do uso de tomografias do cérebro de crianças submetidas a surras, comparadas com outras crianças. Quanto mais nova é a criança maior é o risco de dano.

Você pode achar esse assunto apenas uma provocação. Mas pense. O mundo que vivemos é de uma complexidade fenomenal. E as crianças precisam estar preparadas para a compreensão, a manipulação desse mundo em seu desenvolvimento integral. Como disse acima, a tecnologia cresce. Contudo a miséria não diminui. São os dilemas de nossa sociedade. E, são grandes. Da mesma maneira, o aumento da cultura não tem significado a diminuição da violência. Sabe o que vejo?

Vejo diferença nas percepções. Ao olhar para uma mesa, alguém a vê; outra pessoa pode dizer que vê uma madeira em forma de mesa.

Vejo o homem se apoderando da criação e sujeitando-a como homo faber, isto é, homem que fabrica. Cria, embeleza, para o conforto seu, mas também do outro e do nós (da sociedade). Fábrica não é só beleza. Mas, também sofrimento. Lá na fábrica, há pessoas rodeadas de ferramentas. As máquinas na fábrica ocupam o centro das atenções, as pessoas são periféricas; giram e sobrevivem em torno da máquina. Esta, dura. As pessoas envelhecem. As pessoas passam, as máquinas ficam. As máquinas têm braços (alavancas) e dentes afiados (facas de corte), parecem ser humanos, mas não são.

Vejo mães mandando seus filhos não para a escola, mas para a fábrica a fim de aprenderem a lidar com as máquinas. As escolas já não existem. Foram substituídas pelas fábricas. O mundo das coisas passou. O que vale agora é a não-coisa: a informação, a memória do computador e os serviços.

Vejo o homem adoecendo. Não manipula mais o ambiente, mas o controle remoto e as informações. É sedentário, triste. A mais valia, não é mais a mão de obra dele, mas dela, da máquina.

Assim, as crianças precisam crescer num ambiente o mais saudável possível, para descobrirem no futuro, o que fazer com o lixo eletrônico e, se preciso for, salvar a humanidade em caso de uma explosão no espaço virtual. Elas são o hoje na manipulação das não-coisas. Que elas consigam como efeito colateral mais felicidade, do que nós.

É isso!
Paulo Alexandre
-x-x-x-

Inspiração: O mundo codificado, Vilém Flusser. Organização Rafael Cardoso, São Paulo, Editora: Cosac Naify, 2007. E em http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u629126.shtml, acessado 29/09/2009.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

POR QUE VOCÊ BEBE?


Um beberrão pode ser a alegria dos amigos, mas é a tristeza dos pais e familiares.

Já pensou em fazer sociedade com um beberrão? É risco! Provérbios 23.21, diz: “Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza”.

Alguém que conheço contou certa vez uma história de um beberrão. Era um beberrão cristão. Recitava a certeza de ir morar no céu, mas não conseguia abandonar os botequins. Era um beberrão evangelista. Quem estivesse com ele no boteco era convidado a ir à igreja e, segundo ouvi, alguns amigos de botequim conheceram uma nova vida na comunidade cristã dele e deixaram a roda do bar. Mas ele, não conseguia. Acho que ele morreu assim, tentando fechar os botequins: bebendo e convidando os amigos para a igreja.

O apóstolo Paulo é rigoroso com os beberrões. Ele diz: não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for beberrão e com esse tal, nem ainda comais (1 Co 5.11).

Quantas pessoas chegam a óbito no Brasil por causa do consumo do álcool? O que fazer para resolver o problema?

Eu não sei! Diante da complexidade do assunto, não quero arriscar respostas simplistas.

Vou usar um truque útil para o enfrentamento de um assunto trágico e polêmico: o humor.

Viktor Frankl diz que o humor é uma arma da alma na luta da sua preservação, pois cria distância e permite que a pessoa se coloque acima da situação, mesmo que por alguns instantes. O mesmo autor afirma que o humor negro manifesta que a pessoa não tem mais nada a perder a não ser uma vida ridiculamente nua. Assim, vamos à entrevista com um beberrão.

Entrevistando um bêbado.
Entrevistador: O que o senhor faz?
Beberrão: Eu bebo todas.
Entrevistador: Por que o senhor bebe todas?
Beberrão: Para esquecer.
Entrevistador: Esquecer o que?
Beberrão: Esquecer que eu sinto vergonha.
Entrevistador: Vergonha de que?
Beberrão: Vergonha de beber!
Podemos, dessa suposta entrevista, pontuar três coisas:
1) O beberrão envergonha-se e tenta suprimir não a causa de sua vergonha, mas a vergonha.
2) O que importa para o beberrão é como a realidade se reproduz em suas sensações e não como a realidade é em si mesma.
3) Quem bebe é como um homem que desliga a sirene de alarme da casa em chamas onde está dormindo, porque ela perturba o seu sono.
É isso!
Paulo Alexandre
-x-x-x-
Inspirado em: Antoine de Sit-Exupéry, apud Elisabeth Lukas, Vicktor Frankl.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

QUANTO MAIS SE MEXE, PIOR FICA!

Existem coisas que quanto mais se mexe pior ficam. Exemplifico: Quando não se pode errar. Você está com a última folha de cheque num cartório para pagamento de uma escritura, não pode errar na hora do preenchimento. Começa a preencher o valor dizendo internamente para si próprio não posso errar. De repente, você nota que colocou centavos no lugar de reais. Pronto, o que se temia aconteceu. É como diz Viktor Frankl, o medo se presta para produzir exatamente aquilo que se teme.

As pessoas com tendência compulsiva ao perfeccionismo sofrem, pois quanto mais se esforçam para não cometerem erros, mais cometem.

A mesma lógica vale também para os relacionamentos interpessoais: quanto mais criticamos ou reclamamos do comportamento de alguém, tanto mais negativamente a pessoa se comporta.

Assim, os que querem ser perfeitos combatendo as próprias fraquezas de maneira compulsiva, cada vez mais se tornarão imperfeitos. Quem combate com ira a falha alheia desperta cada vez mais inimizade.

Os que têm vontade exagerada de sempre fugir das dificuldades, arranjam cada vez mais dificuldades; os que lutam, exageradamente, contra todas as dificuldades, apenas aumentam-nas.
O que fazer então?

A receita: “Temos que aprender a aceitar certas coisas, a suportá-las e tolerá-las (em nós mesmos e nos outros), a simplesmente agüentá-las, só assim elas deixarão de ser importantes.” [Elisabeth Lukas]

É isso!
Paulo Alexandre
-x-x-x-
Inspirado em: Viktor Frankl e Elisabeth Lukas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

CÍRCULO VICIOSO

Vou começar como o livro de Macabeus, só que as avessas: pedirei desculpas pelo meu escrito logo no começo e não no final. Não me tenha por insano, não se sinta ofendido com minhas palavras.

Quem não pressiona o cônjuge para mudança ou nunca o fez, que atire a primeira pedra.

Nossa criatividade nos manda pressionar o outro para que consigamos o que nos convém. Geralmente queremos através de pressões (censuras, acusações) a mudança dos outros, particularmente aqueles que estão tão perto de nós. Marido e mulher é um bom exemplo.

Estou consciente de que por aí se afirma que em briga de marido e mulher não se mete a colher. Mas até quando vamos tolerar a violência na casa dos outros? Desculpem-me, mas eu vou meter a colher aqui.

Um cônjuge insatisfeito com a parceira fica pensando: ela devia fazer isto ou aquilo. Por conta dessa expectativa, segue-se um sofrimento com o comportamento da parceira. Depois, vêm acusações e pressão como tentativas desesperada de modificar a parceira. Mas, não pára por aí. Segue que pressão provoca contrapressão e resistência: a parceira não quer mudar. Sendo assim, aparece (sobre o cônjuge que tenta influenciar a mudança da parceira) o desânimo e o sofrimento com o próprio fracasso de tentar mudar o outro. O cônjuge culpa a parceira e, finalmente, desemboca na insatisfação com o comportamento dela. É um círculo vicioso, não gera mudança.

O cônjuge que tenta mudar a parceira precisa saber que: é necessário aceitar certas coisas na relação conjugal, não significa aceitar tudo. Além disso, precisa saber que nenhuma briga é capaz de modificar uma pessoa se ela mesma não quiser mudança.

Caso não ocorra mudança, cabe ao cônjuge decidir se ficará à distância ou se permanecerá ao lado da parceira. E, neste caso, se a tratará com amabilidade ou com hostilidade.

Cuidado. Odiar e não perdoar pertence às atitudes mais trágicas, o que não leva à paz. Mesmo que haja razões plausíveis para um sentimento de ódio; no entanto, tem que chegar o dia em que um sentimento de ódio seja superado por um ato de perdão, do contrário provocará efeitos patológicos no que odeia. Afinal, atitudes são expressões do espírito e, estas, transcendem o sentimento de ódio, raiva, dor.

“A pessoa que possui grandeza interior não se mostra mesquinha.” (Elisabeth Lukas)
É isso!
Paulo Alexandre
-x-x-x-
Inspirado em Elisabeth Lukas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A TEORIA DO “NÃO POSSO”

Hoje você já falou o seu “não posso”? Para quem você falou?


Deixa-me adivinhar. Foi para alguém da sua família! Como se diz: É na família que somos o que somos. Assim, fala-se muita porcaria no ambiente doméstico, o que pode magoar as pessoas que mais amamos.

Já percebeu quantas vezes durante o dia falamos essa frase simples, que exige apenas um mover de lábios. Assim, falamos. Não consigo elogiar as pessoas, sou tímido. Não posso mostrar alegria pela manhã, sou rabugento. Não posso fazer compras com minha esposa, porque me irrita. Não posso ficar sem cerveja na sexta-feira. Não consigo controlar a raiva. Não consigo fazer carinho nas pessoas que amo, minha mãe não me ensinou.

Muitas possibilidades deixam de se concretizar por causa da teoria do “não posso”.

Alguém pode argumentar que pronunciar o “não posso” é apenas um jeito de falar, sem grandes implicações. Mas, via de regra, isso não é a realidade. O que falamos é o que pensamos; o que pensamos é o que falamos e assim agimos. Jesus disse: “a boca fala do que o coração está cheio”.

Dizer “não posso” não requer sequer uma reflexão. Falamos essa frase de maneira rápida e cômoda. Cada vez que a pronunciamos, morre uma possibilidade.

O ser humano é capaz de superar as situações mais difíceis, mas precisa fazer um esforço, o que começa no coração.

Entenda-me, não estou dizendo que a verbalização da frase eu posso fará com que você concretize tudo que quiser sem esforço. Estou dizendo que o “não posso” impede tentativas. Alguém que está em busca de uma vaga no mercado de trabalho precisa acreditar que pode conseguir seu lugar, apesar de toda crise. E isso o fará sonhar e se dedicar horas na semana na busca de vagas, na escrita criteriosa de uma carta de apresentação, na preparação do currículo e envio de quantos currículos forem necessários para alcançar uma vaga. Quem acha que não consegue terá, ao contrário, uma atitude cômoda. Não construirá para a conquista de uma vaga.

A teoria do “não posso” é a negação da capacidade da pessoa, candidatando-a ao desamparo na medida em que as portas que estão abertas vão se fechando, por causa do constante “não consigo”.

Quero dizer-lhe algo mais: Quem nunca se expõe às circunstâncias desagradáveis e as supera, aos poucos vai se tornando incapaz de outros enfrentamentos e acaba refém de suas próprias situações desagradáveis.

É isso!
Paulo Alexandre
-x-x-x-

Inspirado em Elisabeth Lukas, Viktor E. Frankl e na Bíblia.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ATITUDES PROPENSAS A CRISE

Atitudes, que palavra bonita. Li no livro do José Affonso “A primeira lei” sobre as atitudes interpessoais produtivas e improdutivas, vale conferir. É produtivo ouvir com o coração. É atitude interpessoal produtiva criar um clima de vencer/vencer. Não é um livro simplesmente para os profissionais de recursos humanos, pois pode-se usá-la para o melhoramento das relações interpessoais na família.

Mas quero falar das atitudes consideradas pouco saudáveis, que acabam levando as pessoas ao adoecimento. São atitudes que, de acordo com Viktor Frankl, estão em duas categorias: “má passividade” e “má atividade”. Nesta, a pessoa luta contra as compulsões e com a vontade forçada de prazer. Naquela a pessoa evita todo tipo de incômodo, angústias, ameaças de fracasso.

A pessoa humana está sempre em luta. A saída e entrada de casa é uma grande luta por causa do estresse, do risco de ser abordado por alguém. Luta-se internamente no semáforo fechado, sob o risco de ocorrência de algo trágico. Luta-se para evitar alguma coisa ou contra alguma coisa. A pessoa gira em torno de si mesma e alimenta uma vontade de conseguir alguma coisa. Lembrei-me do livro do psiquiatra John White: A luta.

O problema não está na luta, mas na luta exagerada.

É como diz a Elisabeth Lukas, por trás de toda vontade exagerada de evitar algo encontra-se o medo do incômodo.

Escreva num papel e coloque na porta de sua geladeira: evitar incômodo é correto, mas quando é exagerado transforma-se em ansiedade antecipatória.

Uma atitude está começando a ficar crítica quando o medo de algo a faz repentinamente ficar com falta de ar. Quantas pessoas deixaram de ir a supermercados por medo de passarem mal no meio da multidão, mas antes elas apenas achavam desagradável entrar num supermercado superlotado. É normal evitar supermercados lotados, é normal preferir dias de menor movimento. Entretanto, quando for necessário providenciar algo num supermercado e se deixa de tomar as providências por medo de que algo ruim aconteça, então a atitude está começando a se tornar crítica.

Com o tempo passa a evitar ônibus, elevador, restaurante, cinema...

É isso!
Paulo Alexandre

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um sacrifício por amor não fere, ele cura.

Estou relendo Elisabeth Lukas. Gosto das idéias da logoterapia, conhecida como a terceira escola de psicoterapia de Viena. Seu fundador foi o doutor em medicina e psiquiatra, professor de neurologia, austríaco Viktor E. Frankl (1905-1997). É uma ciência que valoriza na pessoa as dimensões: bio-psico-socio-espiritual.

Bem, a autora menciona um exemplo de sua clínica de psicoterapia. Uma mulher que havia extraído o seio por causa de um câncer. A paciente tinha horror à festa de Natal. Entretanto, desde que casara, todos os anos convidava seus pais para a tradicional reunião natalina. Era um grande sacrifício na cozinha: fazendo bolos, biscoitos e assados. Além da exaustão na arrumação interminável da casa.

Para Elisabeth Lukas, um sacrifício que leva ao esgotamento é sem sentido, isto é não tem um bom motivo. O motivo da paciente em convidar os pais todos os anos era o medo de magoá-los ou criar um clima de desarmonia na família caso fizesse outro plano. Evidentemente, os pais gostavam de passar os dias de festa com sua filha. Lukas, diz que seria um erro como psicóloga dizer a sua paciente que ela havia sido “burra” ou que se deixara explorar. Espontaneamente disse à paciente que ela havia proporcionado aos pais muitos natais agradáveis. Contudo, explicou-lhe que os seus motivos não haviam sido os melhores, pois faltava harmonia consiga mesma: interiormente ela dizia “não” e exteriormente dizia “sim”. Essa incongruência, diz a autora, favorece o adoecimento. A paciente encorajada, e consciente de que o que fizesse tinha que ser feito por decisão própria, conseguiu dizer abertamente para o pai(*) que no natal seguinte preferia viajar com a própria família a celebrar a festa com ele em casa. De acordo com o relato da paciente aquele natal fora o mais tranqüilo de que tinha lembrança. Não obstante houvesse também decidido, conscientemente, trazer o pai para passar em sua casa outros natais para não ficar triste e sozinho em casa. Assim, ela fizera um sacrifício que tinha sentido, por amor a uma pessoa próxima e pela primeira vez sentiu-se bem com isto.

É isso! Um sacrifício por amor não fere, mas, cura.
Paulo Alexandre
Inspirei-me em “Prevenção Psicológica”, Elisabeth Lukas, Editora Sinodal/Vozes, 1992.

(*) A mãe havia falecido e o pai estava morando sozinho. Com o pai ela se dava melhor.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

NEURÓTICO OU PSICOPATA?

Desculpe-me pela pergunta: Você é neurótico ou psicopata?
Sei que você conhece tanto um quanto o outro. O melhor na questão de atitudes interpessoais produtivas é não citar nomes, para não se evidenciar um julgamento. Às vezes até bate uma dúvida de quem é quem. Pensando nisso, resolvi ajudar no esclarecimento. Cito a doutora Elisabeth Lukas, Logoterapeuta do Instituto de Logoterapia da Alemanha.

O neurótico
tem medo demais
foge das sensações de desprazer
dá importância excessiva a bagatelas, leva-as muito a sério
não quer arriscar nada
busca compulsivamente a perfeição
obedece cegamente a suas emoções
tem bom senso, a que não obedece
sente-se responsável no momento errado
tem baixo conceito de si próprio
sofre desnecessariamente

O psicopata

tem medo de menos
procura sensações de prazer
 não leva a sério coisas importantes
arrisca demais
esforça-se de menos para ser perfeito
extravasa cegamente suas emoções
não tem bom senso
simplesmente não assume responsabilidades
tem baixo conceito das outras pessoas
faz os outros sofrerem desnecessariamente

A comparação acima manifesta as atitudes psíquicas diferentes em cada uma delas. Contudo, há entre ambas características comuns: pouca realização interior de sentido, desenvolimetno prejudicado da personalidade, emoções dominantes e egocentrismo exagerado.
É isso!
Paulo Alexandre
-x-x-x-
Inspirado em: Preenção psicológica de Elisabeth Lukas. Coleção Logoretapia. Editora Vozes/Sinodal, 1992.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

NUDEZ

Tive um pesadelo com a morte, espíritos e objetos de mortos.


No pesadelo, alguém está morto sendo velado na sala de uma casa ampla e bonita. A identidade do morto vai aparecendo progressivamente no sonho. É mulher-idosa, que fora uma atraente jovem cujo estilo de vida podia ter sido pouco recomendado, a não ser o fato de ser solteira.

Com medo não me aproximo da urna funerária para olhá-la. Mas, de longe vejo o rosto dela. As pessoas que chegam ao velório se aproximam do esquife, olham-na no rosto e com as mãos tocam as mãos gélidas e cruzadas do defunto. Tudo isso é assustador, para quem está numa casa desconhecida e velando um corpo de alguém que também não conhece. De longe contemplo.

De repente um objeto da morta está em minhas mãos, coisa de pesadelo. A impressão que tenho é a de que o objeto estava na urna da morta. O meu pavor aumenta. Não quero sequer olhar para o centro da sala onde está o centro das atenções do velório. Agora estava com algo dela em minhas mãos e não sabia decifrar que tipo de objeto era aquele. Sentia-me sujo com aquele objeto na mão, jogo-o fora; pois não queria ir à urna para devolvê-lo. Afasto-me mais ainda da urna e de longe fico observando o comportamento das pessoas que se chegam para a despedida da morta que não vejo de onde estou.

Isolado na sala do casarão, atordoado e com muito medo, enxergo o que ninguém enxergava: uma jovem de blusa vermelha de decote arredondado e uma saia preta um tanto erguida acenando para mim. Ela quer que eu me aproxime dela, talvez toque seu ombro e as mãos frias. Mas, ela é a idosa morta ali no caixão há quase doze horas. Ouço-a dizer: “Há muito que desejo lhe dizer algo, mas não sei como”. Eu não quero ouvir nada, tento fugir daquele lugar. Estou preso. E a voz dela continua a me perseguir: “Tenho uma coisa maluca para lhe dizer. Não adianta você tentar fugir, pois quanto mais você se afasta de mim, mais me atraí”.

Aterrorizado ainda mais, me esquivo. Entro num enorme banheiro e diante do espelho contemplo meu rosto assustado e pálido. Sinto a presença da morta. Ela está atrás de mim. Vejo no espelho: o corpo seminu de uma jovem. É a nudez de um espírito demoníaco, incomoda-me. Saio rapidamente do banheiro. Corro pelo corredor da casa. Tenho a impressão de estar sendo seguido. O espírito maligno é sedutor e quer aflorar o meu desejo. Eu não quero. Fujo da aparência do mal. Quero acordar, mas não consigo. Tento pedir ajuda, mas não dá. Confuso, quero apenas afastamento daquilo que não é do bem...

Como tudo passa, o insomnium ou o visum (ilusão), o pesadelo passou.

É isso!

Paulo Alexandre

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MEU NOME É ERNESTO!

Sabe qual é o significado de “Ernesto”?

Hoje muitos pais verificam o que quer dizer um nome antes de impô-lo à criança, o que é, no meu entender, uma boa medida. Nome é para sempre. Pode-se até tentar mudá-lo, mas é burocrático e dependendo da idade da pessoa não compensa, pois ele já está inscrito no coração e não simplesmente no papel. Imagine se tivéssemos que olhar para o nosso RG todas as vezes que alguém gritasse por um nome. Entretanto, não é assim.

Ernesto possui um lindo significado. É para as pessoas que querem fazer a defesa de uma causa. Pessoas que querem viver para algo devem se inteirar do significado desse nome. É um nome impactante. Estimula a busca por sentido de vida em campo de concentração, como o nosso. Os marqueteiros podiam realizar uma campanha nacional para a promoção do logos (sentido de vida). Viktor E. Frankl diz que o sentido não pode ser dado, precisa ser descoberto. Mas educar as pessoas para o sentido é possível. Muitos jovens se embrenham pela rotina de um prazer imediato através de porções químicas. Contudo, se fossem educados para o sentido, romperiam com o totalitarismo dessas substâncias químicas e aprenderiam a se perguntar: O que a vida espera de mim? E não mais: O que eu espero da vida?

Nosso mundo é conduzido pelo princípio do prazer. Busca-se realizar o que dá prazer. Porém, nem tudo é prazer nesta vida. Quem tem uma causa para ser vivida não se pergunta se dá prazer, mas se vale a pena todo o sofrimento pela causa que encampa.

Se houvesse uma educação séria para o sentido, a indústria farmacêutica perderia expressivamente na venda de psicotrópicos.

Fui instigado pelo significado do nome Ernesto. Eu encontrei um sentido em viver na luta pelo bem estar da criança. Por isso, a tempo e fora de tempo escreverei meus textos em defesa delas, darei palestras gratuitas em escola pública ou privada para pais e professores, falarei nas comunidades religiosas a esse respeito. Quero ser um Ernesto em defesa da criança. O Senhor Jesus disse: “deixai vir a mim os pequeninos, pois dos tais é o reino de Deus”.

Enfim, serei um combatente dedicado, ou seja, um Ernesto. Você também pode ser um Ernesto. Qual é a sua causa? Frankl afirma que a essência humana é pela busca de algo ou de alguém.
É isso!
Paulo Alexandre.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

É BOM TER MEDO.

Passando por uma loja no centro da cidade (Santo André) percebi um olhar indiscreto. Parei e olhei, com a palavra na ponta da língua: Tá olhando o que? Gostou? Leva para casa!

Mas, era um boneco esquisito à porta de uma loja. Não sei de que era a loja. O olhar do boneco ficou em minha memória.

Fez-me lembrar a família monstro. Vocês se lembram dela? Eu gostava do vovô, por causa da capacidade dele em se transformar em morcego e se safar das situações sem grandes explicações. É tão bom, não ter que dar justificativas. Estamos envoltos por justificativas.

A esposa pergunta: Onde você estava? O que fez? Por que fez?

Os filhos pedem justificativas: Pai você me deixa ir a tal festa? Por que não posso ir? No seu tempo você não ia? Seu pai não o deixava?

Perdão, eu me dispersei.

O boneco horroroso à porta da loja me fez pensar no medo das crianças. Não sei de que elas têm medo hoje. Sei de criança que tem medo de encontrar um cadáver no portão de casa. É medo palpável. Sei de criança que tem medo de fantasma. Como não conheço tanto o medo delas, vou aventurar-me a tocar no medo dos adultos.

Adulto tem muitos medos.

Medo da solidão; o que o move para a busca de alguém.

Medo de errar na escolha da carreira profissional; o que o faz buscar orientação vocacional, conselhos e consultoria.

Medo de ser aprisionado pelo olhar dos outros; o que faz olhar também para os próprios interesses.

Medo de não se casar; o que faz buscar especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Medo de não ter filhos biológicos; o que faz preparar-se para a geração de um filho do coração.

Medo de não aproveitar as oportunidades, o que faz ser criterioso e estratégico.

Medo da aposentaria, o que faz arrumar trabalho e não mais emprego.

Enfim, o medo é bom. É a nossa força motriz. O medo faz as pessoas se movimentarem. O medo é ruim, quando ele paralisa trazendo grande sofrimento individual ou social.

É isso.

Paulo Alexandre.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

NOVA PATERNIDADE

O post “filhos do divórcio” instigou-me a esta postagem.

Quero dizer que ser pai não é fácil. Fomos impedidos na infância de brincar de casinha trocando fralda das bonecas. O que fazíamos era estragar a brincadeira das meninas, pegando as bonecas e dando um fim nelas. Como se tivéssemos medo de que algo de errado ocorresse conosco, pois menino que brinca com boneca acaba gostando. E assim, crescemos e não sabemos muito sobre cuidar de filhos: trocar fraldas, dar banho, arrumar a casa. Simplesmente não aprendemos na infância o que nos tornaria um pai mais sensível. E sem querer reclamar, mas reclamando, digo: foram as mulheres que nos impediram também de brincar de casinha e fazer os serviços domésticos.

Quero dizer que as coisas estão mudando. Mudança é um processo lento.

Antes, os pais eram pegos de surpresa no dia do nascimento dos filhos e ensaiavam uma única fala: Olá meu filho sou seu pai!

Hoje, os pais podem acompanhar a gravidez da companheira. Podem passar a mão na barriga da grávida, falar com a barriga, pôr uma música para que a barriga ouça.

Mas mesmo assim, o pai continua do lado de fora do ventre materno. A mãe é protagonista de uma gestação e não de uma concepção compartilhada (Arilha, 1998:73). Por mais que o pai acompanhe a gestação do filho ele não participa da relação simbiótica da díade (mãe-filho) durante a gestação, ele é o terceiro excluído. Isto é, ele é o cara que espera do lado de fora.

Ainda assim, somos necessários, pois pai é a arte de ser desnecessário. Aberastury (1991) afirma que a figura paterna adquire contorno em dois momentos do desenvolvimento do filho. O primeiro entre seis e doze meses de idade (organização genital precoce) e o segundo na entrada da adolescência (definição de papel na procriação). Assim, a figura paterna tem função estruturante do desenvolvimento do ego da criança. À medida que a criança se desenvolve a figura paterna ganha relevo na inserção social do filho/a e a conseqüente ruptura da díade (mãe-filho).

Reconheço que tornar-se pai é um processo. Sei que você já ouviu falar do mito do amor materno[1]. Mas, já ouviu falar de mito do amor paterno? Eu ainda não ouvi! Tenho ouvido que mãe é uma só! O que implica em diferentes paternidades e ausência da figura masculina. Tenho ouvido que os homens brigam apenas na separação pela guarda do filho, mas depois somem. Esquecem de pagar a pensão, esquecem que o que não deu certo foi a relação conjugal e não a relação entre pais e filhos. Alguém pode ser uma porcaria de marido, mas não precisa ser um péssimo pai. São papéis diferentes. Ouço também que a comemoração do dia dos pais em algumas escolas é problema.

Entretanto, acredito em mudanças. Os homens estão aprendendo a ser pai. O acelerado processo de mudanças socioculturais com o expressivo ingresso da mulher no mercado de trabalho tem dado outros significados à paternidade.
Ser pai não é mais ser único mantenedor e nem reprodutor, ele pode expressar sentimentos, cuidar dos filhos com contato físico e dividir as tarefas domésticas. Há lugares em que ele escolhe tirar a licença paternidade para ficar cuidando da criança. O homem está aprendendo a exercer a paternidade na sua multiplicidade de formas.

No meu livro “Pode a criança crescer sem apanhar?” Júnior vive com o pai, a mãe mora com o marido dela em outra casa. E ambos exercem o papel parental de forma adequada. Júnior de uma família binuclear nunca apanhou do pai, e auxilia o amigo que vive com a mãe e o pai juntos, mas que sofre punição física em casa. Faço questão de mostrar que uma família binuclear pode ser saudável.

É como escreveu em meu blog o Eduardo Chaves, irmão do Flávio e filho do reverendo Oscar Chaves: “Gostei de seu artigo – especialmente porque não defende a tese de que o divórcio de um casal que tem filhos é sempre ruim para os filhos. Não nego que possa ser (...) Mas seu artigo mostrou, num tom positivo, que divórcios podem ser, não só para enriquecimento para eles.”
Aproveito o ensejo para dizer que o Eduardo está combatendo as conseqüências do fenômeno “Alienação Parental”. Confira no HTTP//ec.spaces.live.com

É isso.
Paulo Alexandre.
[1] Badinter/1985.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

FILHOS DO DIVÓRIO

Diga-me: Você é filho do divórcio?

Hoje, creio, não é tão ofensivo fazer essa pergunta. Talvez seja ofensivo, para a maioria, perguntar se uma pessoa é filha adotiva. Mas, creio que em breve esse preconceito será superado, pois há uma beleza na relação de pais e filhos do coração que o vínculo sanguíneo não pode explicar.

Bem, meu assunto é sobre os filhos do divórcio.

Lendo uma pesquisa sobre a percepção do divórcio, entre jovens adultos (idade entre 20-25) que sofreram na infância a dor da separação dos pais, aprendi que existem três perfis de enfrentamento dessa dor: resilientes, sobreviventes e vulneráveis.

Os vulneráveis interpretam o divórcio dos pais como um evento doloroso que afetou negativamente a vida toda deles.

Os sobreviventes interpretam o divórcio parental como algo complexo de ajustamento importante.

Os resilientes interpretam o divórcio como uma passagem significativa em que os pais contribuíram para o desenvolvimento e formação de sua identidade.

Nem precisa dizer que a resiliência é uma importante capacidade de sofrer o impacto e retornar ao estado anterior o mais rápido possível.

Que o divórcio requer ajuste da vida pessoal, social e financeira a curto e longo prazo não se tem dúvida.

Que ele também é estressante e pode ser uma fonte de eliciamento de outros eventos estressores e que, por isso, requer adaptação das crianças e adolescentes não há dúvida.

Entretanto, há sempre a possibilidade de superação e adaptação positiva. Assim, as conceituações de divórcio só em termos negativos que implicam em danos e prejuízos precisam de reformulações.

Outrossim, tais concepções podem bloquear o reconhecimento de mecanismo de enfrentamento e as capacidades de acompanhamento na transição de uma família intacta para uma família binuclear saudável.

No meu livro: “Família uma gostosura” conto a história de uma família de sabiás que enfrenta o estresse do cotidiano; ela descompensa-se temporariamente diante de um estímulo aversivo, mas, ao enfrentá-lo, em busca de soluções, recompõe-se rapidamente, alcançando uma adaptação positiva. Ressalto a importância do conceito de resiliência[1] na família para um processo de crescimento e fortalecimento das relações interpessoais, no enfrentamento dos fatores de risco ou de situações de acentuado desconforto.

A pesquisa dos filhos do divórcio apontou, ainda, que a qualidade de vida deles caiu na década de 90 comparada com a década de 80. Uma das razões é que as separações atuais ocorrem em casamentos de baixo conflito, o que é menos aceito por crianças e mais estressantes para elas.

É isso!Paulo Alexandre
[1] A capacidade de recuperação diante da adversidade.
Divorce is a part of my life… Resilience, Survival, and Vulnerability: Young Adults' Perception of the Implications of Parental Divorce. Journal of Marital and Family Therapy. volume 35, Issue 1, Pages 30-46Published Online: 29 Dec 2008http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/fulltext/121589512/HTMLSTART?CRETRY=1&SRETRY=0. Acessado em 01/09/2009.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Viajei

Quinta-feira à noite fui para um lugar de refúgio. Lugar dos outros, mas meu durante três dias. Todos precisam de um lugar de refúgio. Elias depois do monte Carmelo recuperou suas forças e, acima de tudo, seu para quê na caverna. Esta, não é para muitos dias. Quem aprendeu a viver fora da caverna não consegue retornar para lá e ficar para sempre. É como a casa dos pais. Quem dela saiu, se voltar sofrerá intensamente. Mas, de quando em vez ir a casa da família de origem é bom.

Contemplei os montes. Elevei meus olhos para eles. Observei o ritual dos pássaros à tardinha, antes do escurecimento de cada dia. Eles fazem sempre a mesma coisa e louvam a Deus na repetição do ritual. O odor do pasto, como é bom. O bom perfume da fazenda, do gado. O verde da grama, as flores, os beija-flores, tudo em harmonia. A natureza expressa a Deus.
Li o que queria. É bom demais! Ler é muito bom. Acho que os médicos deveriam prescrever leituras como remédio. Está alguém doente? Fale com o Criador e leia. Leia as sessenta e seis cartas de amor. Leia a tempo e fora de tempo.
A leitura que fiz me levou ao encontro de Jeremias 49.11. Uma viúva que aos 36 anos de idade tinha nove bocas para sustentar, nove pés para calçar, vestir... Ela encontrou refúgio na promessa bíblica. Ela apegou-se a esse texto para sempre.
Temos dificuldade de apego tão forte. Apegamo-nos a um texto bíblico para um dia. Estamos envoltos por uma cultura do descartável. Usa-se e joga fora, como se houvesse um lugar para o lixo que não fosse o próprio lugar de nossa habitação. É como excluir arquivos do HD do computador. Ele deve ir para algum lugar que não é o lixo da casa, do escritório. Daí a nossa dificuldade de uma consciência planetária. Pensamos apenas em nosso mundinho.
A leitura que fiz encheu-me de motivação. Não há casos perdidos. Dessa mulher um rebento foi brilhante e marcou a vida dos outros. Mas, antes disso foi líder de meninos desocupados, aborrecia os vizinhos, não parava em emprego, não gostava de estudar, queria algo que nem ele sabia o que era. Mas aquele texto bíblico da jovem viúva cumpriu-se nela e nas suas flechas.
No meu refúgio encontrei-me com o quixote. Um cachorro amigo, de olhar humilde, que espera ser convidado para acompanhá-lo para lá e para cá. Gosto dele. Eu o chamava e ele vinha. Quando ele estava a fim de descansar eu o deixava e vice-versa.
No meu refúgio pude abraçar e fazer oração com a mulher da minha mocidade olhando os montes. Caminhamos juntos para enganar o nosso DNA. Fomos à cidade, à praça, tomamos sorvete de massa. É muito bom ter família. Pessoas que estão próximas que compartilham objetivos comuns. É muito bom aproveitar o dia que Deus nos dá. É bom saber que Deus é o nosso refúgio sempre.
É isso.
Paulo Alexandre

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um homem que queria ser escritor.

Era uma vez um homem que queria ser um grande escritor.
Um dia ele sentou-se confortavelmente em frente ao seu computador, primeiro pôs a mão direita sobre o teclado, depois a esquerda e começou a digitar uma letra aqui outra ali, e outra ainda acolá. Lia o que escrevia e reescrevia por não ter gostado do texto.
Aquele homem passou horas à frente do computador. Escrevia, lia e reescrevia. Depois de horas de trabalho, percebeu que não havia escrito o suficiente para ser um grande escritor.
Chateado, levantou-se da cadeira, foi ao banheiro, fez o que tinha de fazer. Voltou, sentou-se novamente em frente ao computador.
E resolveu que não mudaria de idéia, ficaria ali, mexendo no teclado até que conseguisse escrever uma bonita história para as crianças.
As horas foram passando, e o homem ali, digitando uma palavra, uma frase e outra e ainda outra. Mas nada o agradava.
Os olhos já estavam cansados.
Os dedos estavam doloridos.
O cérebro irritado.
Sem mencionar as outras partes do corpo, ali inertes.
Foi assim que brotou o plano para tirar aquele homem da frente do computador. Só assim o corpo poderia descansar.
A idéia inicial foi do cérebro que cuidou do desenvolvimento de uma história. Como o cérebro não podia digitar o texto e nem realizar a correção gramatical. Convidou os dedos das mãos para escreverem a história e os olhos para a supervisão da digitação.
A mão direita e a esquerda concordaram com o plano e avisaram todos os dedos para ficarem atentos às ordens do cérebro. Eles precisariam ser rápidos às ordens do cérebro para que o homem não tivesse condições de controlar o escrito. Os olhos estariam atentos para a leitura.
Os três estavam prontos: o cérebro, os olhos e os dez dedos das mãos.
O cérebro disparou uma mensagem para as mãos e estas repassaram a mensagem para os dedos. Estes, não perderam tempo: escreveram.
Quando o homem percebeu que os dedos estavam escrevendo rapidamente, sem o seu controle, tentou para-los, mas não conseguiu. Os olhos, atentos ao escrito, comunicavam o cérebro quando havia algum erro de digitação e o cérebro informava os dedos para a correção.
O homem tentou parar de escrever, mas não conseguiu impedir o plano.
O cérebro, os olhos e as mãos com os dedos fizeram um complô para concluir a história.
E assim eles escreveram durante quarenta e cincos minutos sem parar. Quando pararam de escrever o homem já estava cansado, mal podia ler o que foi escrito e muito menos reescrever ou apagar. Por isso, foi é descansar.
A boca riu de felicidade, os pés correram para o sofá, os ouvidos apreciaram o silêncio, os dedos das mãos descansaram, os olhos se fecharam e o cérebro ficou ali quietinho trabalhando em ritmo mais lento.
No dia seguinte, o homem foi ler o que estava escrito.
Ele não gostou do que leu, aquela história tinha que ser apagada.
Quis apagar, mas o computador travou.
Após reiniciá-lo de novo tentou deletá-la, mas o computador travou novamente.
Achou estranho o que estava acontecendo.
Percebeu que havia algo diferente.
Pressentiu um complô.
O homem pensou: “Como vou fazer sucesso com uma história tão triste?”
Ele notou que os dedos da mão se comportavam de maneira estranha, os movimentos e os gestos eram comprometedores. Pareciam que estavam escondendo alguma coisa.
Ficou magoado com os dedos.
Ele não os havia autorizado a escrever.
Sabe o que os dedos escreveram a mando do cérebro e sob a supervisão dos olhos?
Bem, isso eu conto depois.
Paulo Alexandre.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

BATER EM ANIMAL É CRUELDADE!

A punição física é uma realidade no relacionamento de pais e filhos. Pesquisa realizada no SOS Criança, em Curitiba (PR), mostrou que 51% das denúncias de pais por maus-tratos referem-se às agressões físicas, sendo que deste porcentual 38,5% correspondem à violência física e 12,5% à agressão sem lesão aparente[1]. Em Curitiba, 90% das crianças e adolescentes apanharam particularmente dos pais[2]. A palmada, por exemplo, está muito difundida no meio familiar e é considerada pelos pais e até mesmo por alguns profissionais da saúde isenta de riscos para o bom desenvolvimento infantil. Entretanto, pesquisas recentes apontam que a palmada pode chegar a se tornar abuso físico contra a criança[3].
A punição física contra a criança no ambiente doméstico é compreendida, de um lado, como prática normativa ou educativa; de outro lado, a punição física contra a criança no ambiente doméstico oscila entre o abuso físico e a violência física contra a criança. O abuso físico de pais contra filhos é entendido como o uso de força física com a intenção de ferir a criança, ou quando se usa a força física contra a criança sem intenção de feri-la, mas existindo o risco de causar dano, físico ou não. A violência física no ambiente doméstico contra a criança é um ato com a intenção de causar dano, sendo entendida como o uso de força física que causa ferimentos. O dano causado pela punição física pode ser interpretado além do dano físico, como o dano moral, psicológico, entre outros.
Vários estudiosos[4] da área consideram que a punição física insere-se em um só contexto de violência, que vai desde uma simples palmada até o espancamento. Esse tipo de pesquisa tem gerado movimentos, na atualidade, em direção à proibição da punição física no ambiente doméstico, na relação interpessoal de adulto e criança, particularmente no relacionamento de pais e filhos[5].
Existe também, o conceito de abuso-vitimização física, que engloba variadas formas de punição física contra a criança. De um lado, está o abuso que envolve os castigos extremos e inapropriados à idade e à compreensão da criança. Do outro lado, está a vitimização que envolve a punição física descontrolada e com instrumentos.
A pesquisa científica vem apontando as dificuldades de se estabelecer na relação intrafamiliar, isto é, na privacidade do lar, a fronteira entre punição física, abuso físico e violência física. Constatou-se que pais ou cuidadores que acreditavam na punição física como método educativo agrediam, com maior freqüência, seus filhos; bem como que pais denunciados ao SOS Criança de Curitiba por maus-tratos contra os filhos não tinham consciência de que estavam agindo com excesso, mas alegaram estar educando e corrigindo o comportamento da criança ou do adolescente.
Além disso, estudos apontam para os riscos do desenvolvimento emocional da criança, que pode associar a dor que sente na aplicação da punição física com o amor em relação aos seus pais. Tal emparelhamento de estímulos pode ensinar a criança a usar o mesmo método em outras situações de sua vida ou mesmo a suportar situações aversivas e disfuncionais que deveriam ser terminadas.
A punição física na relação do adulto com a criança historicamente foi sendo construída na medida em que uma concepção de infância corrupta requeria o combate dela por meio da vara, da palmatória, ou seja, da punição física.
É interessante mencionar que a punição física na relação de pais e filhos no contexto brasileiro esteve presente desde o Brasil Colônia. E há informações de que os jesuítas foram os que socializaram a punição física no contexto brasileiro.
O que é a punição física? Para Straus (1994, p.197), “punição corporal é o uso de força física com a intenção de fazer a criança experimentar dor, mas sem machucá-la, com a finalidade de correção ou controle do comportamento da criança”.
A punição física significa, portanto, infligir dor a uma criança de modo intencional para que ela pare com o comportamento indesejado ou inadequado sob o ponto de vista do adulto. Assim, a punição física, independente da forma em que apareça, é, no mínimo, uma agressão ao corpo da criança.
Acredito que a criança deve ser ensinada no caminho em que deve andar. A ela foi dada a capacidade de aprender através do diálogo. A comunicação verbal é uma característica humana.
Pense: Bater em animal é crueldade! Então, bater em criança não pode ser educação.




Paulo Alexandre




[1]WEBER; VIEZZER; BRANDERNBURG, 2002
[2] WEBER; BRANDENBURG, 2005
[3] AZEVEDO; GUERRA, 2005; WEBER; VIEZZER; BRANDERNBURG, 2002; WEBER; BRANDENBURG 2005; VITOLO et al., 2005
[4] STRAUS, 1994; AZEVEDO; GUERRA, 2001; WEBER, 2001; DAY et al., 2003; GUERRA, 2005
[5] ONU, 2006; PROJETO DE LEI, 2003

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

DOM SUPREMO

Tenho o privilégio de pertencer a uma comunidade Presbiteriana. Digo isto com humildade, mas de boca cheia. É uma comunidade que neste mês completou 150 anos de Brasil. Aqui chegou, em 12/08/1859, através da visão missionária da Missão dos EUA e de um jovem[1] de 26 anos de idade, recém formado em teologia na Universidade de Princeton. Não muito depois da chegada de Simonton, veio o cunhado dele; também, teólogo e a irmã. Assim, iniciou-se a família Presbiteriana no Brasil. O trabalho predominante foi no sudeste, região que até hoje é o ponto forte dessa comunidade.

Na realidade, tenho o privilégio de pertencer a uma família Presbiteriana. É mais do que uma comunidade religiosa. Ali se escolhe a liderança democraticamente, por eleição e por tempo determinado. É um lugar de convivência e de desenvolvimento humano. Trabalha-se a espiritualidade, a boa música, o canto, o teatro e valores (amizade, honestidade). Gosto da predominância do clima de bastidores de vencer/vencer; bem como, do trabalho da incerteza com a certeza revelada. Existe um esforço de manifestação da alegria, pois não deve ser triste um coração que ama o Supremo Imperador do Universo.

Como toda família, ela também tem problemas. Mas, todo problema tem solução. Ainda mais para uma família que tem nas mãos 66 cartas de amor deixadas por um pai amoroso. Ressalto que desde o início da família Presbiteriana no Brasil, 1859, os instrumentos nas mãos dos pioneiros eram: um livro (a Bíblia) e um hinário.

Na Bíblia, em uma de suas cartas, o pai dos pais diz o seguinte: “o amor jamais acaba”[2].

O que me chama a atenção é que o amor jamais acaba. É o amor que torna possível a convivência nas diferenças. É o amor que nos faz enxergar no outro um potencial adormecido que precisa ser concretizado historicamente. O amor é visionário. O amor está lá para ser descoberto. Esse amor que jamais acaba me faz pensar numa fonte inesgotável. Neste caso é um amor dom divino. Descoberto por mediação sobrenatural da terceira pessoa da Trindade. Contudo, precisa ser cultivado. Mas sempre estará lá, à disposição dos que se submeterem às regras divina.

Característica do amor divino é a capacidade de se sacrificar. Há tantos sacrifícios que se faz em relação à família. E existem sacrifícios curiosos. Exemplifico com dois casos. Um é o de um membro da família que se reveste da autotranscendência[3]. É comum as mães manifestarem essa capacidade de autotranscendência em relação aos cuidados de seus filhos. As mães chegam em casa cansadas, depois de um longo dia de trabalho. Além do cansaço, elas têm necessidades fisiológicas (fome, sede, ir ao toalete) que precisam ser supridas. Mas, encontram um filho chorando e necessitando de colo. Diante deste quadro, há mães que esquecem, temporariamente, as necessidades fisiológicas, para poder atender em primeiro lugar as necessidades da criança carente de afeto. Entretanto, meu exemplo é de um membro da família talvez não muito simpático (genro, nora, sogra, sogra, cunhado, cunhada), mas que supera as diferenças, para agradar o outro significativo na convivência com a família. Estar junto da família de origem do outro pode não dar tanto prazer, mas é um exercício desse amor que dura para sempre; pois exige a autotranscendência. Outro exemplo, que imaginei, é o de um adolescente corinthiano que mora com a mãe e o marido dela. O conflito entre o adolescente e marido da mãe está no nível das torcidas organizadas, pois um é corinthiano e o outro é palmeirense. A outra face do conflito está por conta do objeto comum de amor de ambos: a mãe para um e a mulher para o outro. Por conta disto, ambos se digladiam em ofensas verbais. Quem de fora olha, compreende que, por um lado, o adolescente requer a proteção da mãe. E de outro lado, o marido que não é o pai do filho dela acha que ela o superprotege e se esquece dele (o marido). Quero imaginar que num dia dos pais o adolescente persuadido pela mãe, escolhe comprar uma lembrança de dia dos pais, também para o sujeito que não é seu pai. Assim, o adolescente revestido da autotranscendência pensando no outro, oferece ao marido da mãe, que é pai também, um presentinho. Um presente que lhe custou muito, não financeiramente. Para comprá-lo precisou negar a si mesmo, macular a torcida organizada. Ele comprou de lembrança de dia dos pais um chaveiro palmeirense para o seu rival, tanto no time quanto na disputa do objeto do amor. O menino até teve vontade de comprar um chaveiro do timão. Não faltou tentação. O vendedor lhe ofereceu um bom desconto para a compra do chaveiro do timão. Mas ele não o fez. Pensou no outro significativo. Pensou na felicidade da mãe. Não queria magoá-la. Anulou-se, matou-se, abnegou-se... O padrasto ao receber o presente ficou felicíssimo e o abraçou de tanta alegria. A mãe não precisa nem mencionar. O adolescente demonstrou que o amor jamais acaba e que este amor é sacrificial, mesmo que o casal não tenha se dado conta disso.

Realmente, o amor jamais terá fim. O amor deve ser preferido em relação aos demais dons que são temporários e perecíveis. E quem conhece esse amor sabe que ele precisa ser exercitado e cultivado. O amor é paciente, benigno, compassivo, não procura os seus próprios interesses.

Viva o amor divino. Que ele o encontre! E quando isso acontecer, desfrute intensamente dele. Eu tenho o privilégio de desfrutá-lo na comunidade Presbiteriana. A ela meus parabéns pelos seus 150 anos.

Paulo Alexandre.

[1] Asbhel Green Simonton, fundador da Igreja Presbiteriana do Brasil.
[2] I Coríntios 13.8
[3] Capacidade de atender as necessidades do próximo, antes mesmo das suas próprias.
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