terça-feira, 7 de junho de 2011

CADA UM TEM O MEDO QUE TEM

O sofrimento é grande de quem passa por um transtorno de pânico.

Costumo ouvir histórias do tipo:

- Tudo começou aparentemente com um evento insignificante. Era uma viagem de feriado prolongado. Chegamos ao nosso destino e tudo estava maravilhoso. De repente, senti-me mal. Tive tontura e palpitações cardíacas. Parecia um infarto. Fui ao hospital, fiz alguns exames, mas nada foi diagnosticado. De lá para cá nunca mais fui o mesmo.

- Todas as vezes que penso, ouço ou falo de viagem passo mal: aumenta a excitação, o batimento cardíaco aumenta, um senso de perigo toma conta de mim. Mas não era só. Repentinamente era tomado por ataques de ansiedade, seguidos de sintomas físicos e psicológicos. A partir daí, apareciam pensamentos catastróficos.

- É recorrente eu imaginar uma morte agonizante sem socorro possível. Consultei-me várias vezes com cardiologistas e nenhuma cardiopatia foi diagnosticada. Tudo era um alarme falso. Eu vivia pensando a mesma coisa. Quem me olhava não sabia o meu drama interno: um medo absurdo de ser acometido por um ataque cardíaco e não ser socorrido.

- No início era medo de viagem, de trânsito, de multidão, depois de enfrentamento de situações novas. Via-me perdendo o controle, dando um vexame, desmaiando.

- O medo foi crescendo e ficando cada vez mais insuportável.

- Com medo de ter os sintomas que temia comecei a evitar lugares associados a ataques de pânico e a situações que poderiam evocar os sintomas. Virei um fujão, um ermitão, um prisioneiro de meus temores. Quanto mais fugia, maior o medo ficava. Não podia falar para as pessoas ao meu redor o que estava acontecendo comigo. Eu pensava que estava ficando louco. Tinha medo de enlouquecer. Eu não tinha medo de morrer. Tinha medo do sofrimento provocado por sufocamento, asfixia, de não ser socorrido a tempo, de agonizar. Estava sempre hiper-vigilante sobre os sintomas.

Aos que sofrem de transtorno de ansiedade recomendo a busca de um médico psiquiatra e psicoterapia.

É isso!
Paulo Alexandre


Os ataques de pânico podem aparecer a partir de interpretações distorcidas dos sintomas corporais.

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