terça-feira, 31 de agosto de 2010

Eu compro, tu compras, ... nós compramos

Fazer compras em supermercado, shopping ou mesmo na Rua 23 de março na capital é uma gostosura.

O cristão é uma pessoa privilegiada com dupla cidadania. A cidadania terrena e a celestial. Ambas, o autorizam a viver uma vida tranqüila, de muito trabalho e de prazeres lícitos. Nas leis de nosso país o cristão é um cidadão de direitos e deveres. Como cidadão do Reino de Deus tem a autorização da Palavra para comprar de tudo que se vende num mercado. É como diz o apóstolo dos gentios, o apóstolo Paulo, somos libertos do pecado para servir livremente ao Senhor Jesus.

Entretanto, o cristão precisa tomar cuidado com os excessos de compras, para não cair na lógica do consumismo.

Alguém que vai ao supermercado ou ao shopping e compra coisas ao ponto de se endividar está agindo de maneira descontrolada. Sabemos que como cidadãos do Reino de Deus tudo deve ser feito para a Glória de Deus. O endividamento de um servo de Deus não glorifica ao Senhor.

Existe uma lógica no mundo que é a de querer apenas o que os outros fazem. Se um conhecido nosso compra um carro novo, também queremos, se compra uma roupa nova, também a desejamos. Essa lógica de querer o que os outros fazem pode levar alguém a gastar mais do que o salário que ganha. Lembre-se de que o apóstolo Paulo disse: “Não vos conformeis com este mundo”. Querer apenas o que os outros fazem é um conformismo. Para não cair nessa armadilha é preciso uma consciência vigilante. Não é errado querer carro novo, casa nova, roupas novas. É muito bom querer coisas novas. O risco é buscar todas essas coisas comprometendo o orçamento familiar, deixando de pagar as contas do mês.

Todos nós sabemos que só podemos gastar o que a gente ganha. Por isso, um orçamento familiar é muito importante. Um orçamento ajuda a priorizarmos os nossos gastos. Assim, antes de gastarmos o salário com o que desejamos, precisamos pagar a energia elétrica, o consumo de água, o plano de saúde, a escola, o alimento necessário, as roupas das crianças. Enfim, as contas que não podem ficar sem pagamento.

Depois de ter as contas pagas, você pode ver quanto sobrou para guardar um pouco na poupança para usar na compra de algo novo que se precisa ou deseja. Se o que você ganha, mal dá para pagar as contas do mês, é interessante tentar perceber onde dá para reduzir um pouco o consumo. Às vezes alguns hábitos ajudam a economizar um dinheirinho. Fechar bem as torneiras da casa, apagar as luzes, desligar a TV após o seu uso, controlar o tempo de banho dos membros da família. Tudo isso, pode significar um dinheirinho a mais no final no mês.

Existem também as pessoas compulsivas. Elas gastam porque se sentem tristes e infelizes. Gastam sem perceber que comprometeram o orçamento do mês. Compram o que não é necessário. Por exemplo: uma pessoa compulsiva que gosta de sapatos pode ter inúmeros pares na sapateira de sua casa que ainda nem foram usados e ela continua comprando. Os compulsivos por compras geralmente são diagnósticos a partir de um endividamento percebido pela família diante das inúmeras cobranças recebidas em casa. Nesse caso é necessário procurar ajuda médica para uma prescrição medicamentosa da compulsão e, também, ir ao psicólogo para a realização de sessões de psicoterapia. Pessoas compulsivas fazem uma lambança com cartão de crédito. Os familiares precisam controlar de alguma maneira o uso de cartões e cheques, caso contrário as dívidas continuarão aparecendo.

É preciso dizer também que em nossa sociedade ter as coisas é sinal de poder econômico e “status”. As pessoas gostam de se exibir com os bens novos que compraram. É uma maneira de mostrar o sucesso que estão conseguindo na vida financeira. No entanto, à luz da Bíblia o que é mais importante é o ser.

Nossa sociedade consumista é muito forte na imposição do consumo. Quando as mulheres foram trabalhar fora de casa o mercado perdeu a dona de casa consumidora, para quem a maioria das propagandas era dirigida. Mas, não levou muito e as mulheres tornaram-se consumidoras obrigatórias da beleza. A mulher que trabalha fora de casa tem de estar sempre bonita, cheirosa, maquiada. Assim, a indústria de cosméticos encontrou uma consumidora feroz. A mulher de hoje continua trabalhando em casa, além do emprego ela também é escrava dos produtos de beleza. Li num jornal recentemente que até as mulheres iranianas e turcas gastam muito dinheiro com cosméticos. Apesar de viverem completamente escondidas sob vestimentas, elas vão a salões de beleza para cuidarem do corpo, que será mostrado para o marido ou para mulheres da família dos futuros pretendentes.

O que se percebe de tudo isso é que nossa sociedade cria mecanismos para que cada um de nós consuma. As propagandas na mídia visam despertar nas pessoas não simplesmente o desejo, mas a necessidade de algo. Observe os comerciais de cerveja. O cenário escolhido é um bar onde se reúnem jovens, tanto homens quanto mulheres, todos muito bonitos, felizes, em busca de auto realização e bebem a cerveja “x”. Com isto o autor da propaganda quer que as pessoas ao assistirem o comercial da cerveja reconheçam que só serão felizes e realizadas se beberem aquela cerveja mostrada na TV. Assim, eles não querem despertar simplesmente o desejo, mas a necessidade da tal marca de cerveja para a felicidade das pessoas.

Talvez você diga que essa apelação da propaganda não atinge você. Agora, imagine a criança que não tem capacidade de filtrar um comercial de TV, como os adultos. A propaganda diz para a criança que ela precisa usar a sandália da apresentadora do programa para ser uma menina bonita e bem vestida. Além disso, as crianças chegam a ficar até 04 horas por dia diante da TV. É muito tempo. Elas vão desde pequenas aprendendo que precisam comprar coisas de marca para serem aceitas pelos outros. E se não tiverem poderão se sentir inferiores, discriminadas pelo grupo de amigos.

A TV tem um poder enorme na estimulação do consumo. Ouvi recentemente uma reportagem numa TV de Portugal que os jovens na Europa estavam começando a ingerir bebida alcoólica aos 14 anos de idade. Aqui no Brasil não deve ser diferente, apesar da proibição de venda de bebida alcoólica para adolescentes eles bebem. Até mesmo pais de adolescentes chegam a promover festa de 15 anos servindo bebida alcoólica. O consumo é tão forte que existem pessoas que não conseguem imaginar uma festa, qualquer que seja, sem bebida alcoólica. Isso é influência do consumo. Observe seu comportamento de compra. Quantas coisas você compra sem necessidade ou mesmo que até fazem mal à saúde, como enlatados e refrigerantes. Ouvi de um conceituado pregador na internet dizer que os evangélicos gastam mais em coca cola do que com missões. Isto é uma demonstração clara da força do consumo.

A lógica consumista pode nos levar a uma cultura do descartável. Achamos que usar copo, prato, garfo, faca descartável é bem melhor. Mas, para onde vai todo esse lixo, produzido pelos descartáveis? Bem, vai para a contaminação do nosso meio ambiente. Os rios e mares estão cheios de plásticos. Existe até polvo que vive no mar dentro de uma carcaça de chuveiro do tipo ducha corona. Além, é claro, das inúmeras aves que morrem por comerem pequenos objetos de plástico. Eis uma evidência da falha na mordomia cristã.

A cultura do descartável não se aplica só aos objetos. Numa sociedade consumista uma pessoa se define no consumo. Exemplo: Quem tem cartão de crédito é gente, quem tem dinheiro para gastar é gente. Quem não tem dinheiro ou crédito no mercado financeiro não presta para muita coisa. Por isso, os idosos serão vistos como peso para a sociedade. Mas, não é só isso. A lógica do usou joga fora também está afetando as relações interpessoais na intimidade da família. Uma idéia que transita nas famílias é a da troca da esposa, troca do marido. Todos passam a ser descartável. Uma pessoa presta enquanto ela é produtiva, não é assim? Uma empresa aproveita ao máximo o empregado enquanto ele tem saúde. Depois, ele é descartável.

Deixa-me dar mais um exemplo de como a sociedade consumista nos afeta. O amor que é algo tão lindo também é atingido pela lógica do consumo. Vou mostrar. Alguém que está apaixonado deve provar para os outros o tamanho do amor. Sabe como? Através do preço do presente. Alguém que ama muito deve dar um presente com preço mais alto. O amor já não é mais demonstrado somente por um abraço, um beijo, uma palavra de carinho. Além dessas demonstrações existe a exigência de se dar um presente correspondente ao tamanho do amor.

Você viu como a sociedade de consumo nos influencia em todos os nossos relacionamentos? Bem, não dá para viver à parte do mundo. É como Jesus disse: “eles estão no mundo, mas não são do mundo”. Assim, devemos procurar viver uma vida consciente do que Deus quer de nós, para evitarmos ao máximo que vivamos nessa lógica desenfreada do consumismo.

Eis o grande desafio para cada um de nós. Para quem exerce um papel de cuidador numa família é importante mostrar para as crianças e adolescentes que o mais importante é ser uma pessoa de Deus, respeitadora e que ama acima de tudo ao Senhor e ao próximo como a si mesmo.

É isso!

Paulo Alexandre.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Qualquer um pode se apaixonar.

Fonte: Você é diferente de Jane Seabrook, São Paulo,SP, Editora Fundamento Educacional, 2004.

sábado, 14 de agosto de 2010

Domingo: você gosta?

Um dia desses ouvi de alguém: "eu não gosto do domingo". Por que, não? - perguntei. Por causa do movimento em minha casa. Muita gente, todo domingo, o ano todo. - falou-me a pessoa cansada. Fiquei pensando sobre o assunto.

Viktor E. Frankl afirma que existe a neurose de domingo. Sabe aquelas pessoas que trabalham exaustivamente de segunda a sexta-feira e quando chega o final de semana elas alugam muitos filmes. Sabe para que? Para não ter tempo de pensar em outras coisas, para não descansar, mas exaustivamente vivenciar o final de semana. É a tal de neurose de domingo.

Talvez se as pessoas alugassem menos filmes e descansassem mais. E, olhassem para os que estão perto elas descobririam que o domingo é muito chato ou não.

Como é o seu domingo? Como transformá-lo num "domingo legal". Eis algumas questões.
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